Clássicos argentinos: Os opostos nos atraem

Vejam só o embate que fizemos nesse início de ano na casa do Polaco. De um lado, um Montchenot de 13 anos de idade (10 deles de barrica!!!), com 12,5% de álcool, de estilo totalmente "velho mundo". Do outro lado, um DV Catena Malbec Nicasia 2003, Malbec puro sangue com 13,6% de álcool.

Grandes hermanos
 O Polaco tem uma história com o Montchenot. O vinho da Bodega Lopez foi o primeiro grande vinho degustado por este lendário confrade. E isto ocorreu lá nos idos de Mil-novecentos-e-guaraná-de rolha. A Bodega tem mais de 100 anos. Ano passado Polaco foi a Mendoza com o Doutor e fizeram uma visita. Puderam ver os tradicionalíssimos e gigantes barris de carvalho, de até 20 mil litros, que abrigam e amansam esse néctar especial da Bodega Lopes.
E esse aí, de 10 anos, é o mais humilde da linha Montchenot, que é um corte de Cabernet, Merlot e Malbec. Eles possuem ainda o de 15 anos, o de 20 anos e o Montchenot 100 anos! Calma... na verdade este último é da safra de 1975. Depois de 10 anos de barrica, ele foi para uma garrafa de 700 ml e, depois de 12 anos, foi em definitivo para as garrafas Magnum, onde são comercializados. O pessoal da Lopez acredita que na Magnum é onde esse vinho apresenta o seu melhor. Mais um ponto pras garrafonas, General!
  
O outro lado das moedas
Pois bem, abrimos a criança, ou melhor, o adolescente, e colocamos delicadamente no decanter. Deixamos respirar um pouquinho e fomos pras taças. A cor amarronzada e translúcida já entregava a idade e o estilo. Cheiroso, sem exageros, e na boca muito leve e gostoso. O tanino já era uma vaga lembrança. Volta e meia encontramos por aí a palavra  "elegância" quando lemos algo sobre alguns vinhos europeus. Em especial, os franceses. Essa palavra é a primeira que vem à cabeça quando provamos um Montchenot.

Mas ainda tínhamos o DV Catena Nicasia. Estilo totalmente diferente. Apesar de ser um vinho que também descansa um bom tempo em madeira (2 anos, 100% novas) e de já ter lá seus 8 anos de idade.
A borra era do Catena!
Ao derramá-lo no decanter, já dava pra ver pela cor fechadíssima que o bicho era explosivo. Em segundos o Aroma de frutas já invadia a área ao seu redor. Não esperamos muito tempo não. O suficiente para matarmos a última tacinha do Montchenot. Partimos instantâneamente para o "Novo Mundo". Praticamente um caldo. Negro. Delicioso. Muita fruta muito bem integrada à madeira. O álcool em nenhum momento pulou na frente. E por incrível que pareça, a permanência em boca era até sutil. Agradou bastante as damas presentes. Especialmente a Doutora.

O resultado do embate entre os hermanos? Bem, em respeito ao Polaco e suas lembranças longínquas, prefiro dizer que ambos, sendo lados opostos de uma mesma moeda, enriqueceram nossas almas.

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4 comentários:

Leigo Vinho disse...

Coincidencia este post seu.
Amanha tamo là.
Abs.
Leigo

BK72 disse...

Vais voltar de mala cheia, hein?

Um dia farei essa viagem também. Tô esperando minha oporunidade surgir.

Aproveite bastante.

Unknown disse...

Excelente post! Deu água na boca, imaginar os barris gigantescos de 20mil litros! Êta piscina boa!

Parabéns!

BK72 disse...

valeu, Thomas.

O nosso colega Leigo Vinho aí de cima deve estar nadando Borboleta em Mendoza esses dias